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Antonio João de Almeida: confinador deve deixar de ser mero especulador e ser produtor de carne de qualidade

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Antonio João de Almeida, um dos finalistas na categoria Nutrição em Confinamento.
Antonio João de Almeida é médico veterinário graduado em 1977 pela UFMS e Master of Science em 1982 em Produção de Gado de Corte pela Iowa State University (USA). Entre 1978 e 2002, foi professor de Bovinocultura de Corte no curso de Medicina Veterinária e de Nutrição Animal no curso de Zootecnia da UFMS.

Foi nutricionista da empresa Nutrition Service Associates (NSA), nos Estados Unidos. É sócio proprietário do Instituto do Confinamento.

É autor de diversos trabalhos científicos e já escreveu 3 livros na área de produção de gado de corte.

Atualmente, é diretor técnico da Associação dos Produtores de Novilho Precoce do MS, onde fomenta o uso de suplementação e de confinamento como estratégia na recria e terminação de animais precoces.

Atua também como consultor em confinamento, desde 1982. Como consultor na área de confinamento, foi responsável pela implantação dos primeiros grandes projetos de confinamento do Brasil, treinando equipes e desenvolvendo novas tecnologias para serem utilizadas.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Antonio João de Almeida: Gestão de pessoas – Se você preparar uma equipe, treiná-la, motivá-la e faze-la ter comprometimento com seu negócio, o resto será muito mais fácil. Esta equipe treinada saberá desenvolver um ótimo planejamento de suas atividades. Motivada, ela irá executar cada etapa e pelo fato de estar comprometida irá superar todas as dificuldades.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Antonio João de Almeida: Antes o gado magro era barato e o preço na entressafra era muito mais alto do que na safra e isto propiciava o maior ganho econômico no confinamento. Porém, hoje não existe gado barato e o preço na entressafra é muito próximo do preço da safra. Portanto, o maior desafio atualmente é na estratégia de planejamento da atividade confinamento.

O planejamento antecipado para aquisição de insumos e para comercialização dos produtos após a terminação dos mesmos é fundamental para o sucesso da atividade.

O confinador deve evitar estar ao acaso no negócio, deixar de ser mero especulador e ser um produtor de carne de qualidade.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?

Antonio João de Almeida: O projeto de confinamento do grupo Hofig em Brasilândia, MS para 25 mil cabeças. Eu o considero um case de sucesso porque ele foi concebido após muito estudo, viagem aos Estados Unidos para visitar modelos de confinamentos e foi elaborado um projeto completo a partir do zero.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Antonio João de Almeida: Participação no Beef Short Course em Lincoln, Nebraska e no Plains Nutrition Council (PNC) em San Antonio, Texas, em abril de 2012.

Duas participações ministrando palestras em Workshops do BeefPoint: Associações de pecuaristas e Estudos de Caso em Excelência no confinamento.

Reuniões Técnicas com associados da Novilho Precoce – MS e trabalhos na divulgação de técnicas de nutrição animal para serem utilizadas em confinamento, visando obter uma melhoria na carcaça dos animais produzidos pela Associação. Isto foi observado nos resultados dos eventos Show da Carcaça 2012 e 2013, quando durante o abate dos animais e após a avaliação foi verificado um significativo incremento na qualidade da carcaça que gerou um ganho econômico extra aos produtores.

A participação na Novilho Precoce – MS, que possui quase 300 produtores associados e comprometidos com a produção de carne de qualidade trouxe-me uma imensa satisfação pessoal de trabalhar com pessoas que tem metas e executam um programa de intensificação da pecuária de corte.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

Antonio João de Almeida: Intensificar meus estudos sobre gestão de pessoas e aprimorar mais as técnicas de ensinar e treinar mão de obra rural, pois não adianta escolher os melhores animais, formular a ração ideal para ganhos de peso com maior eficiência e economicidade, se no final, quem vai executar os serviços no dia a dia não estiver comprometido com o negócio do confinamento.

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Antonio João de Almeida: Para quem viu o início da atividade de confinamento acontecer no Brasil e é apaixonado pelo negócio há mais de 30 anos, tenho a certeza de que estamos apenas no começo de algo muito maior.

Acompanhei a evolução do confinamento e senti a capacidade de nossos técnicos, de nossos empresários rurais e de nossa mão de obra em aprender e executar rapidamente as mudanças necessárias ao desenvolvimento da atividade.

Portanto, os confinadores brasileiros crescerão com melhor capacidade administrativa e técnica, produzindo uma carne de qualidade a um custo muito mais baixo que os concorrentes.

Fonte: BeefPoint