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Alex Atala, chef mais premiado do país, abre hotel cinco estrelas

Alex Atala chega aos 50 anos em 2018. Sentou para fazer um balanço de meio século de vida e considerou: “Será que está na hora de parar?” Afinal, alguns dos maiores chefs do mundo, de quem seguiu o exemplo para construir uma das carreiras mais vencedoras na cozinha de que se tem notícia no Brasil, penduraram o avental ao atingir essa marca.

O francês Joël Robuchon, que Atala reputa como a grande referência na sua formação, surpreendeu o mundo quando completou 50 anos e anunciou que estava fechando seu restaurante Jamin (lê-se Jaman). O espanhol Ferran Adrià, outra grande inspiração, fez o mesmo com o El Bulli.

A reflexão levou Atala a entender que o que faz sentido para ele agora é seguir adiante. Em vez de fechar uma porta, resolveu abrir outras. Muitas. Centenas. O dono do D.O.M., do Dalva e Dito, do Bio e do Açougue Central decidiu inaugurar… um hotel.

O nome ele já tem: Hotel D.O.M. O endereço também: a esquina da rua Augusta com a alameda Franca. As casinhas que cederão espaço para o edifício estão de portas cerradas, prontas para vir abaixo. Serão 32 andares, cinco deles residenciais -lembra-se daquele desejo de morar num hotel?-, mais de 150 quartos e quatro restaurantes, três abertos para a rua, um no topo do 32° andar.

O autor do projeto é o arquiteto Gui Mattos. Uma das preocupações é diminuir ao mínimo o impacto ambiental do novo empreendimento. “Não sei se consigo fazer um prédio 100% sustentável, mas a hora de decidir isso é agora, na planta.”

Atala sabe que há um trabalho gigante pela frente. E nem tem muita certeza de que está pronto para enfrentar tamanho desafio. Mas quer pagar para ver. “Um hotel dessa dimensão, na região em que estará localizado, com os pares que temos hoje em São Paulo, não é uma brincadeira. Só tem um jeito de saber se estou pronto: vivenciando. Foi assim com todas as coisas legais que aconteceram na minha vida.”

A escolha do endereço foi uma soma de oportunidade e do perfil do negócio. E, de quebra, Atala imagina que vai ajudar a melhorar o bairro e iniciar um resgate da região. “Ainda hoje nos Jardins há regiões supervalorizadas e outras nem tanto. Aquela parte da Franca não tem o brilho do resto do bairro. Espero ser a âncora de uma revitalização da área e fazer uma pequena contribuição para a cidade também.”

Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.