Associados

Saiba quem é Zé Mineiro, fundador da JBS e novo presidente da empresa

O comando executivo da JBS voltou para as mãos do fundador da empresa, José Batista Sobrinho, de 84 anos, também conhecido como Zé Mineiro. O patriarca é pai de Wesley e Joesley Batista e estava afastado desde a década de 80 da gestão operacional da empresa batizada com as iniciais de seu nome.

“Fico orgulhoso de reassumir a empresa que fundei”, afirmou José Batista Sobrinho, em comunicado divulgado pela JBS. “Tenho muita confiança no desempenho da nossa liderança, em todos os nossos gestores e nos nossos 235 mil colaboradores.”

Batista Sobrinho criou a empresa em 1953 como um pequeno açougue em Anápolis (GO) e foi seu primeiro presidente. Ele passou o comando dos negócios a seus filhos ainda na década de 80, mas se manteve como membro do conselho de administração da companhia desde a abertura de capital da JBS, em 2007.

Entre a década de 80 e início dos anos 2000, o comando ficou a cargo do filho mais velho José Batista Júnior. A partir de 2005, a direção passou a ser compartilhada pelos irmãos Joesley e Wesley, período de maior expansão da companhia, que com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se tornou a maior empresa de carnes do mundo e o maio grupo provado do país.

Carreira empresarial

A trajetória empresarial de Zé Mineiro começou com um pequeno abatedouro no interior de Goiás. Em vídeo publicado pelo grupo J&F em 2014, ele narra que até o final dos anos 50 abatia apenas de 25 a 30 bois por dia.

“Brasília o chamativo foi esse, um consumo grande e os 4 anos livres de impostos que o Juscelino [Kubitschek] deu para os fornecedores irem para lá”, conta no vídeo. Veja o vídeo aqui

O grande salto veio com a construção de Brasília, quando o empresário decidiu apostar no fornecimento de carne para os canteiros de obra.

A empresa adotou o nome Friboi em 1970, com a compra da sua primeira unidade frigorífica na cidade de Formosa (GO). A marca nasceu da sugestão de um amigo de Batista Sobrinho e vem da junção das palavras frigorífico e boi.

O início das vendas para outra regiões do Brasil começou no início dos anos 80, com a compra do frigorífico de Planaltina-DF. Começava ali a estratégia de crescimento via aquisição de outras unidades, acelerada nos anos seguintes pelos filhos.

“A pessoa para vencer na vida tem que ter uma garra, alguma coisa diferente. Como estudei muito pouco, o que eu posso oferecer de mim é garra, pontualidade e determinação”, afirma Batista Sobrinho no vídeo feito em comemoração aos 60 anos do grupo.

Salto se deu após os anos 2000

As primeiras exportações de carne in natura da JBS vieram somente em 1997. O grande salto, no entanto, veio a partir do começo dos anos 2000, quando a empresa mudou o nome de Friboi para JBS, abriu o capital, e deu início a um processo de internacionalização com o apoio do BNDES.

A JBS foi uma das beneficiadas pela chamada política de campeões nacionais do BNDES, que tinha como premissa financiar a internacionalização de grupos brasileiros. Além de financiar o grupo, o BNDES comprou uma participação na JBS por meio da BNDESpar – braço do banco estatal que compra participações em empresas. Hoje o BNDES é dono de 21,3% da JBS.

Capitalizado com crédito e dinheiro dos novos sócios, o JBS foi às compras. Em março de 2007, o grupo anunciava a compra da norte-americana Swift por US$ 1,4 bilhão, se tornando a maior empresa do mundo de alimentos de origem bovina.
Começava a partir daí uma trajetória de rápida expansão internacional, que incluiria a aquisição de outras gigantes como a Pilgrim´s Pride (empresa de frangos nos EUA) e do frigorífico brasileiro Bertin e da Seara, passando a ser também a maior produtora global de carne de aves.

Vários ativos, entretanto, foram colocados à venda pelo grupo brasileiro após o estouro do escândalo de corrupção.

A JBS, uma das empresas controladas pela família Batista, anunciou em 20 de junho um plano de desinvestimentos que a permitiria levantar até R$ 6 bilhões.

Fonte: G1, adaptada pela Equipe BeefPoint.